Artesanato MIRANDA DO CORVO

Olaria

A indústria da olaria de barro vermelho, de remota origem, teve largo incremento nos sécs. XVI e XVII. Na segunda metade do séc. XVII, verifica-se que os núcleos residuais dos oleiros na vila eram principalmente no Relego (a poente); nos Linhares (a noroeste); no Outeiro e Carvalhal (a norte), locais na periferia da povoação como era natural. A partir do séc. XVIII, a «indústria» começou então a decair; os oleiros deixaram a vila onde de início a indústria floresceu para se abrigarem nos arrabaldes – Bujos, Espinho e Carapinhal.

Painel de Azulejos - Carapinhal

Os homens que exerciam esta indústria e que naqueles séculos a documentação dá como elementos de alguma proeminência social, decaíram até à modesta condição que gozam hoje. E, para mais, como Coimbra era o principal centro de venda dos artefactos e como eles tinham - e ainda têm – um certo cunho artístico, a olaria ficou conhecida como sendo da cidade e daí vem que o asado – atributo indispensável da imagem corrente da Tricana -, o cântaro, o púcaro de Coimbra, celebrados pelos artistas e etnógrafos, perderam a sua verdadeira origem. Os moringues, bilhas, talhas, cabaças são os principais exemplares desta arte.

Rendas

No séc. XII foi fundado em Semide o Mosteiro das Religiosas Beneditenses, onde segundo a tradição se executaram rendas mais tarde usadas nas festas religiosas, não só para ornamentar os altares mas também para as vestes e paramentos.

Nesta povoação existem ainda rendeiras que trabalham em suas próprias casas havendo um ajuntadeira que recolhe os trabalhos para posterior venda.

Esta tradição da ajuntadeira tem passado de mães para filhas, assim como os desenhos que de geração em geração vão sendo doados como herança.

As rendas são hoje executadas em fio de algodão muito fino, preso ao ombro num pequeno búzio, que mais tarde ganham o nome de “rendas engomadas“, já que, depois de prontas, levam um banho de goma, que não só lhes dá maior durabilidade mas também as torna mais abertas.

Cestaria

Com o acentuado decréscimo da actividade agrícola, também esta forma de artesanato entrou em franco declínio, já que era aquela que absorvia quase toda a produção cesteira.

No entanto, esta arte – que consta do entrelaçamento de matérias-primas de origem vegetal (castanho, acácia, vime e outros) – ainda é visível nos lugares do Torno, Cardeal e Casal das Cortes.

É uma actividade artesanal atraente e de grande destreza manual desenvolvendo ao mesmo tempo o espírito de observação e o sentido de tacto.

Latoaria

A latoaria é uma actividade artesanal que, através da produção de objectos como funis, almotolias, alcatruzes candeeiros de azeite, ladras e outras mais, e de consertos, responde a necessidades do quotidiano comum.

A folha de flandres, a folha de zinco, a folha de alumínio e a chapa zincada são matérias-primas utilizadas.

As ferramentas e utensílios usados são os seguintes: bigorna, fieira, prancha, compasso, ferro de soldar, tesoura, talhadeira, bitola, lima, ponteiro, martelo de pena e bola, furador, maço de madeira, riscador de metal, escala metálica.

O aparecimento de outras matérias-primas (por exemplo, o plástico) trouxe a decadência desta actividade artesanal.

Tecelagem

Ganha de facto consistência o pensamento de que foi a presença árabe no nosso país que originou a tecelagem. É de facto notória a semelhança entre os teares persas e os que existem na nossa região.

A tecelagem desta região é a chamada tecelagem de Almalaguês, a qual, se diferencia da chamada tapeçaria regional de Coimbra.

A “ Tecelagem de Almalaguês” é uma tecelagem bordada em puxados e executada exclusivamente em fio de algodão

texto escrito ao abrigo da antiga ortografia

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