Água: escassez na abundância
Fotos de Gustavo Stephan e texto de Liana Melo
O Brasil é o país mais rico do mundo em água doce. Somos donos de 12% do total destes recursos existentes no planeta, ainda que sua distribuição seja desigual por estar concentrada na Amazônia. Temos menos água onde vivem mais pessoas. Ainda assim é um percentual invejável, dado que representa o dobro de todos os rios da Austrália e da Oceania, é 42% superior ao da Europa e 25% maior do que os do continente africano.

Mas será que o país mais rico em recursos hídricos do planeta faz bom uso dessa dávida da natureza?


A crise hídrica que se abateu sobre a maior cidade da América do Sul, São Paulo, no verão passado, é a prova de que vivemos a escassez na abundância. O estresse hídrico entrou para a história como aquele que conseguiu aproximar o paulista da multidão de nordestinos que vive subjugada à seca histórica do semiárido brasileiro.

O recurso mais fundamental para a sobrevivência dos seres humanos enfrenta mundialmente uma crise de abastecimento. No Dia Mundial da Água, a ONU estima que 2 bilhões de pessoas necessitem de acesso a um melhor saneamento, com as meninas e as mulheres em uma situação ainda mais precária.


Em meio a uma encruzilhada, a água virou moeda de troca e é a que mais determinará a paz ou a guerra entre as nações no nosso século.








