Beleza afro-brasileira Sem estigmas e esteriótipos, a mulher negra real, linda como ela é
Texto e fotos de Simone Marinho
Basta fazer uma pesquisa básica no Google com as palavras “mulher” “brasileira” e uma onda de jovens garotas vestindo biquínis em poses sensuais inunda a tela. Agora, experimente acrescentar na busca “carnaval” e “mulata” (definição no dicionário Michaelis: mulher mestiça das raças branca e negra), um tsunami de corpos femininos hiperssexualizados. Sim, o país é internacionalmente conhecido pelos dias de folia e pela beleza das mulheres. O Rio é a passarela do samba e as mulatas enfeitam esse sonho de paraíso tropical, livre e sensual. Só que nos outros 362 dias do ano, as mulheres de origem africana no Brasil carregam o peso e o estigma do racismo, da exploração no mercado de trabalho, da discriminação social, da intolerância religiosa, da violência sexual, do maior índice de gravidez na adolescência e da pobreza. Pensando em subverter a imagem dessa realidade, que não é só virtual, produzi um ensaio fotográfico que valorizasse a mulher, afirmasse sua beleza e a sua origem negra. Elas são protagonistas dessa história, afinal, são reais e maioria nesse país.